Quando nasce um bebê, nasce uma mãe.
Eu, que até então nem segurava recém-nascidos quando ia visitar na maternidade, vi todos os meus instintos maternos nascendo junto com aquele "bebezinho" (de 4.220g...kkkk).
Algumas habilidades digamos que vêm de fábrica, outras você adquire com o tempo.
Durante pelo menos 3 meses você é só um par de peitos e uma trocadora de cocô, esperando enlouquecidamente pelo início da interação daquele pedacinho de gente com você.
A licença maternidade é a oportunidade de ficar observando todos os movimentos e evoluções do seu bebê. Um período mágico que deveria durar bem mais...
Embora voltando às atividades profissionais, não tem jeito, o tempo que sobra é quase todo ocupado com a atividade de mãe. É preciso até tomar cuidado pra não esquecer do mundo, da família, do marido, dos amigos...
Aí como vc tenta fazer tudo ao mesmo tempo, adivinha de quem vc esquece?
Bingo: de você mesma.
Nesses dois anos, senti falta de fazer algo para mim e da rotina pesada.
Para 2012 decidi colocar um pouco o pé no acelerador para as coisas para mim. Para isso, vou ter que esquecer da culpa e dedicar tempo para isso, que consequentemente significa abdicar de um tempinho de mãe.
Eu tenho muita sorte. Minha mãe mora no mesmo prédio que eu e me ajuda demais. Para eu conseguir ter tempo para mim, o Pedro passa a voltar da escola de van. Ela vai pegá-lo e fica com ele até eu chegar. Isso vai me possibilitar mais tranquilidade e deixar de lado a neura do horário da escola.
Bom, claro que como qualquer outra mudança de rotina precisamos (veja o plural...) nos adaptar, para isso, dois dias antes de eu voltar das minhas férias ele passou a vir com a van.
Minha conversa com a tia do transporte:
- Então está tudo certo. E para esse primeiro dia tem alguma adaptação? Quer que eu vá junto, algo assim?
- Não mamãe, não precisa. As crianças vêm super bem, na van tem tv, tem as outras crianças, a tia... E se a mamãe vai eles podem ficar mais manhosos e não quererem ficar na cadeirinha e tal...
Eu, meio desapontada:
- Ah, tudo bem - tentando transmitir segurança.
Perto da hora da chegada da van, por um momento pensei em ir até a escola e ficar vendo de longe, kkkkk, mas aí segurei a louca que habita em mim, mas essa louca é forte, e 10 minutos antes lá estava eu na portaria.
Quinze minutos pareceram uma eternidade, até que ele chegou. Sentadinho, bonzinho e conversando com o amigo.
Quando me viu abriu um largo sorriso e gritou:
-Oi, mamãe! - todo feliz.
Perguntei pra tia se ele não tinha estranhado, chorado. Claro que não.
Para arrematar tudo, logo depois de me falar oi ele soltou, sorrindo:
- Mãe, eu vim de carro grande!
É, preciso me adaptar a toda essa independência...