sábado, 6 de julho de 2013

Família internada

Desde terça-feira de madrugada estamos todos internados.
O Pedro está com uma 'bela' pneumonia, como disseram os médicos. Esse é um tipo silencioso e rápido. 2/3 do pulmãozinho dele estavam tomados...Não é algo grave, porém requer acompanhamento de perto, por isso não pode ser tratada em casa.
O início da jornada começou para colocar o acesso na mão, para correr o remédio. Quem já ficou internado sabe que isso dói muito!
Meu coração começou a espatifar ali...
A primeira tentativa não deu certo e quando foram para a outra mão, ele suplicava: "Não! Agulhinha não!!!"
Só Deus sabe a dor que senti.
A impotência de não poder sofrer por ele é lacerante.
Fisicamente ele está muito bem, brincando, falando, fazendo birra, mas a melhora, segundo o raio x ainda foi discreta.
Estamos aqui , tentando transformar o quarto na nossa casa, assistindo milhares de vezes os mesmos desenhos, inventando brincadeiras e seguindo o tratamento.
Ontem à noite, foi necessário trocar o acesso de mão e mais um pedaço do meu coração se foi.
Aos berros e lutando fisicamente para não passar pela dor que ele já conheceu, ele implorava nosso colo, pedia pra não segura-lo e que não queria agulhinha.
Ter que segura-lo, não poder isenta-lo dessa dor e não poder atender ao seu chamado, doeu mais em mim.
Alguns dias são mais fáceis que outros. Às vezes ele colabora para tomar remédio, fazer fisio, outras não. Tem horas que ele cumprimenta as enfermeiras, mas qdo elas estão fazendo algo de 'ruim' ele mostra a língua. Às vezes ele negocia ("hj eu não quero que lava o meu nariz, tá?!"), algumas vezes ele consegue, outras não... A fumacinha (inalação) às vezes é feita na marra e em outras ele mesmo fala que quer ficar de máscara (ela presa sozinha). O apetite inabalável, aqui mostrou-se frágil e haja negociação para comer 5 colheradas.
Se o pai segura para algo doloroso, ele pede a mãe. O contrário também é verdadeiro. E os corações trincam.
A saga não tem sido fácil.
Velando seu sono só me resta rezar para que isso tudo passe rápido, que ele continue sendo corajoso para enfrentar os antibióticos e seus efeitos, as agulhinhas, entenda que a fumacinha não dói, não tenha trauma de hospital e gente de branco e que continue vendo possibilidades divertidas como a cama que sobe e desce ou nas bexigas feitas de luvas, que já viraram galinho chicken little e angry birds.
O importante é que seu pulmãozinho fique 100% pra gente poder correr por aí.
Sofro, choro, mas estou aqui firme (pelo menos na sua frente) pra te (e me) mostrar que, como tudo nessa vida, isso também vai passar.
Ao seu tempo, mas vai.